segunda-feira, 6 de junho de 2011

Em nome do "bom gosto"


As razões dos vetos eram alegadamente estéticas. "Falta de gosto" era expressão recorrente. Histórias como essa aconteceram com freqüência durante o regime militar instalado em 1964.
"A ação da censura era imprevisível, não havia critério. Isso criou em todos nós uma película de autocensura e um sentimento de desânimo diante de tanta coisa que não passava", diz o compositor e produtor Hermínio Bello de Carvalho.
O Serviço de Censura de Diversões Públicas foi criado em 1946, por um decreto do presidente Eurico Gaspar Dutra. A intenção era separar a censura exercida em nome da moral e dos bons costumes da censura política, que fora exercida pelo Departamento de Imprensa e Propaganda durante o Estado Novo. Na dúvida, vetava-se. No caso específico das proibições de caráter estético, o pano de fundo era o projeto dos militares de "civilizar" a população brasileira, considerada despreparada e manipulável.

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